sexta-feira, 17 de setembro de 2010



Escorpianamente falando...


         Por vezes, é preciso retrucar em latim às ameaças e desafios que a vida te oferta: "Sivis Pacem Para Bellum" - se queres a paz, prepara-te para a guerra - , e sei bem do que falo: uma escolta bem municiada de vida e destemor para singrar pelos mares infestados de piratas belicosos, armados na fina ironia da humilhação sutil e de bom gume; uma daquelas estocadas num ambiente de luzes, pós, uísques e sorrisinhos à sorrelfa; ter mosqueteiros vigilantes ao seu lado, para que nada te escape numa provável escaramuça de vaidades, regadas à entorpecência dos neurônios mais cautelosos. Descer aos infernos apenas para acender um simples cigarro, feito o escorpião que devora crias e detona amizades falsas e interesses escusos, mesmo que tais tenham acompanhado tua vida desde o berço - mas, agora, são dignos da mais funesta "vendetta" siciliana, traiçoeiros demônios da noite que vendem amigos por meio copo de conhaque, promoções, vagas na seção ou por causa duma barra-de-saia-ordinária. Faço-me à pista neste sábado com meus diletos escorpiões de flanco -  certo de que a noite, mais do que uma festa, é um campo minado...e eu, particularmente, adoro andar no abismo!!! 

2 comentários:

  1. Um prazer ser a primeira seguidora de seu blog, meu amigo Jorge. Quanto aos escorpiões, eles existem e coexistem em tantos meios e é preciso mais que a simples convivência para perceber-lhes a peçonha, é preciso conviver com perspicácia e atenção redobrada, guardar como antídoto para situações especiais. Belo texto! Um grande abraço, poeta.

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