quinta-feira, 16 de setembro de 2010

A Cigana jaz sob o Lobo

     


     Cigana boa pressente nas runas da libido, alvíssaras da carne e um suave eflúvio entorpecendo o ar pachorrento das mesmices; sabe que a tempestade se avizinha do corpo pois a alma reage e a perna cambaleia, a voz embarga e o pensar se confunde na refrega intensa entre razão e emoção... no olhar, a fome por um lobo espumante e eriçado por sua tez rosada; ribombante badalo meriodional alerta-a; e os mamilos túrgidos esticam a seda fina da feiticeira, todos denunciando aos seis sentidos da fêmea acuada que nenhum de seus cadinhos e alfarrábios de sedução e magia serão suficientes para escapar da lupo-ameaça que estraçalhará sua vulvo-imponência...Cigana realmente boa nos presságios de sua aguda sexualidade sabe, ao fitar um lobo nos olhos, que chegou a derradeira hora de virar repasto...

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